4º capítulo.

Vez ou outra eu e o Luan sempre que nos barramos dentro de casa, acabávamos brigando, claro sem os pais deles e os meus verem. Bruna era uma garota doce e meiga, totalmente diferente do irmão, que era um chato, grosso, na verdade sempre foi. Minha mãe junto da Marizete tinha preparado um jantar, apesar de eu ter chegado bastante tarde, fomos comer. Depois eles foram dormir, restando apenas eu, a Bruna, meu irmão e o Luan.

-Vou dar uma volta na praia, não vou pagar de vela. – Soltei beijos no ar e sai.

-Espera que eu vou também.

-Se você vier eu te afogo na praia Luan.

-Esse dois em? Ainda vai dá casamento, eu sinto. – Bruna disse e riu.

Sai andando e Luan não me acompanhou, graças a Deus, caminhei um pouco e sentei na praia um pouco, eu sentia falta de tudo aquilo, daquela casa, era noite de sexta e toda sexta a Lua ficava sempre mais linda, dando uma luz linda ao mar. Eu tinha uma vida muito corrida, decorrente da minha escolha é claro, mais tinha falta de conviver mais com a minha família, eu sentia falta.

-Ta chorando? – Luan tava sentando ao meu lado e eu nem percebi.

-Não.

-Ta sim, que eu sei.

-E se eu tiver mesmo?

-Calma. – Ele levantou as mãos como se tivesse se rendendo. – Só quero conversar, nada demais, mais sem brigas por favor.

-Ta.

-Dá um sorriso pra mim?

-Que?

-Sorri pra mim. – Acabei sorrindo sem eu menos perceber. – Isso, lindo o seu sorriso.

-Brigada. – Sorri novamente.

-Você sente falta de conviver com a sua família né? – Ele perguntou enquanto fazia desenhos na areia.

-Muita. Ás vezes eu tenho vontade de largar tudo e sair correndo pra Londrina, não voltar mais nunca, mesmo São Paulo sendo tão perto, mais eu vivo viajando, nunca paro uma semana mesmo em São Paulo, mais fazer o que se foi isso que eu escolhi a um tempo atrás.

-Eu também tenho essa vontade, mais cantar e fazer sucesso pelo mundo sempre foi o meu sonho, sempre quis subir num palco e alegrar todo mundo, e ta onde eu to hoje eu to mais que realizado. Você trabalha a muito tempo?

-Faz três anos mais ou menos, estudei 2 anos só.

-Ah sim. Ta vendo como a gente ta conversando numa boa aqui? – Ele riu. – Não entendo porque você não gosta de mim.

-Melhor não entramos em detalhes de coisas que ficaram pra trás.

-Como assim? – Luan ergueu a sobrancelha e me perguntou confuso.

-Nada, eu vou entrar, boa noite.

Sai correndo e subi pra dormir, se eu ficasse mais um pouco ali iria contar coisas que não podia ser mais revelada, assuntos que eu resolvi enterrar no passado, afinal eu tinha mudado, escolhido aquela vida por tudo aquilo que tinha me acontecido. Deitei e chorei, sempre fazia isso quando lembrava do que tinha acontecido, e lá estava ele novamente perto de mim, mais do que nunca revivi o passado.